sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Teatro: O toque de ouro



Historia apresentada pela profª Ednéia e sua turma de 2° ano:
O toque de ouro





Era uma vez um rei muito rico chamado Midas. Ele possuía mais ouro do que qualquer outro no mundo inteiro. Mas ainda assim, não estava satisfeito. Nada o deixava mais feliz do que conseguir acrescentar um pouco mais à sua riqueza. Mantinha todo o seu ouro guardado em enormes cofres nos subterrâneos do palácio, e passava muitas horas por dia contando e recontando seu tesouro.
O Rei Midas tinha uma filhinha chamada Áurea. Amava-a com verdadeira devoção, e dizia:
- Ela será a princesa mais rica do mundo!
Mas a pequena Áurea nem se importava com isso. Adorava seu jardim, as flores e o sol, mais do que a riqueza do pai. Ficava sozinha a maior parte do tempo, pois o pai estava sempre ocupado, buscando novas formas de conseguir mais ouro. Quase nunca tinha tempo para contar-lhe histórias ou passear, conforme deveriam fazer todos os pais.
Um dia, o Rei Midas estava na sala do tesouro e havia trancado as pesadas portas do seu quarto e aberto os enormes baús. Despejou tudo sobre a mesa e começou a brincar com o ouro como se o simples toque o deixasse satisfeito. Fazia-o escorrer entre os dedos e sorria ao ouvir o tilintar das peças. De repente, uma sombra se projetou sobre a pilha de objetos. Ao levantar os olhos, deu de cara com um estranho usando roupas brancas brilhantes e sorrindo para ele. Levantou-se, surpreso, pois tinha trancado as portas. Foi aí que percebeu que seu tesouro não estava seguro. Entretanto, o estranho continuou sorrindo e disse:
- Vossa Majestade tem muito ouro. – O rei então falou:
- Tenho, sim, mas é pouco comparado a todo o ouro que existe no mundo! – O estranho perguntou:
- Ora! Esse ouro todo não satisfaz a Vossa Majestade? - O rei indignado falou:
- Ora, essa! Mas é claro que não estou satisfeito. Passo longas noites acordado planejando novas formas de conseguir mais. Gostaria de poder transformar em ouro tudo que toco. – O estranho perguntou:
- É isso que Vossa Majestade realmente deseja? – O rei eufórico respondeu:
- Claro que sim! Nada haveria de deixar-me mais satisfeito. – O estranho então disse:
- Pois o desejo de Vossa Majestade será atendido. Amanhã de manhã, quando os primeiros raios de sol entrarem pelas janelas de seu quarto, Vossa Majestade terá o toque de ouro. Ao terminar de falar, o estranho desapareceu. O Rei Midas esfregou os olhos e falou:
- Devo ter sonhado. Mas como eu ficaria feliz se isso fosse verdade!
No dia seguinte, o Rei Midas acordou quando a primeira luz do dia apareceu no seu quarto. Esticou a mão e tocou as cobertas da cama. Nada aconteceu. Desapontado disse:
- Eu sabia que não poderia ser verdade.
Naquele exato momento, entraram pelas janelas os primeiros raios de sol. As cobertas, onde estavam encostadas as mãos do rei, transformaram-se em ouro puro. Ele, muito feliz gritou:
- É verdade! É verdade!
Saltou da cama e correu pelo quarto tocando em tudo que havia. O manto real, os chinelos, os móveis, tudo virou ouro. Foi até a janela e olhou para o jardim da filha e pensou:
- Vou fazer uma boa surpresa para minha pequena Áurea.
Desceu para o jardim e tocou todas as flores da filha, transformando-as em ouro e falou:
- Ela ficará muito satisfeita.
Voltou ao seu quarto para aguardar a chegada do café da manhã; e pegou o livro que começou a ler na noite anterior. Mas, assim que suas mãos tocaram o livro, ele virou ouro maciço. Surpreso disse:
- Não posso ler, assim. Mas, ora, é bem melhor ter um livro de ouro.
Naquele exato momento, um criado entrou no quarto, trazendo o café da manhã. Faminto o rei falou:
- Que beleza! Vou começar pelo pêssego, que está vermelhinho de tão maduro - Pegou a fruta, mas, antes de conseguir comê-la, já havia se transformado num pedaço de ouro. O Rei Midas o colocou de volta no prato.
- É muito bonito, mas não posso comê-lo!
Pegou uma broa de pão, mas também ela se transformou em ouro. Colocou a mão no copo d'água, mas tudo virava ouro.
- O que vou fazer? Tenho fome e sede. Não posso comer nem beber ouro!
E logo a pequena Áurea entrou no quarto chorando, muito sentida, e trazia nas mãos uma das rosas. O Rei perguntou preocupado:
- O que houve, filhinha? – Áurea, chorando disse:
- Ah, papai! Veja o que aconteceu com minhas rosas! Estão todas duras e feias! – O Rei, querendo agradar a filha justificou:
- Ora, são rosas de ouro, filha. Você não acha que estão mais bonitas agora? – A menina continuava chorando e respondeu:
- Não, não têm mais o delicioso perfume que tinham. Não crescerão mais. Gosto de rosas vivas. – O Rei, tentando consolar a filha disse:
- Não se preocupe, venha tomar seu café.
Entretanto, Áurea percebeu que o pai não comia, e perguntou:
- O que houve, papai? - Deu-lhe um abraço, e ele a beijou.
Mas, de repente, o Rei soltou um grito de pavor. Ao tocar na filha, a transformou em ouro brilhante. Os olhos dela não viam mais, os lábios não conseguiram beijá-lo também. Áurea deixou de ser uma adorável e carinhosa menina e se transformou numa estatueta de ouro.
O Rei Midas baixou a cabeça e começou a chorar desesperado. De repente, alguém perguntou:
- Vossa Majestade está feliz? - O rei levantou a cabeça e viu o estranho de pé a seu lado.
- Feliz! Como se atreve a perguntar uma coisa dessas? Sou o homem mais triste na face da terra! – O estranho então disse:
- Vossa Majestade tem o toque de ouro. E isso não basta?
O Rei Midas não tornou a olhar para o estranho, nem respondeu. O homem então perguntou:
- O que Vossa Majestade prefere: comida e um copo d'água fresca ou essas pedras de ouro?
O Rei Midas não conseguiu responder. E o estranho insistiu:
- O que prefere ter, ó Majestade? Aquela estatueta de ouro ou uma menina que pode correr, rir e amá-lo? – Nesse momento, o Rei suplicou:
- Ah, devolva-me minha filhinha Áurea e eu abdicarei de todo o ouro que tenho! Perdi a única coisa mais valiosa da minha vida – O estranho então falou:
- Vossa Majestade demonstra agora mais sabedoria do que antes. Vá mergulhar no rio que passa nos fundos do jardim, e depois leve um pouco da água para jogar sobre tudo aquilo que deseja ter de volta ao normal.
O estranho, então, desapareceu.
O Rei Midas levantou-se rapidamente e foi correndo até o rio. Mergulhou, pegou um bocado de água, retornou ao palácio e jogou sobre Áurea, e as cores voltaram a iluminar seu rosto. Ela tornou a abrir os olhinhos azuis. Sem entender o que houve, perguntou:
- Papai, papai, o que aconteceu?
Chorando de alegria, o Rei Midas pegou a filha no colo.
Depois disso, o Rei Midas nunca mais se preocupou com ouro algum, a não ser o ouro que existe no brilho do sol e nos cabelos da pequena Áurea.
LIÇÃO DE VIDA:
A ambição só causa tristeza.
Nenhum bem material pode substituir verdadeiras riquezas, como a nossa família. Por isso, olhe a sua volta e veja que grande tesouro você possui.

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